O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas do Tibete e público defensor da independência daquela região dos Himalaias face à China, que a anexou em 1959, estará em Portugal de 12 a 16 próximos, a convite de diversas entidades, nomeadamente da Faculdade de Arquitectura e da Câmara Municipal de Lisboa.
Luís Amado, o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, a quem foi perguntado se o Dalai Lama seria recebido oficialmente pelo governo, respondeu negativamente, ajuntando um categórico «como é óbvio», querendo possivelmente significar que nunca esteve nas intenções deste governo hostilizar os seus amigos chineses, dando desta forma indirecta o seu aval à ocupação que a República Popular da China fez sobre o Tibete e aceitando como legítimas todas as pressões que esta super-potência sempre exerceu, aos mais diversos níveis e nos mais diferentes círculos diplomáticos ocidentais, para que essa ocupação não fosse alvo de qualquer tipo de contestação.
É evidente que uma condenação da China não descarta as responsabilidades histórias que os próprios dirigentes tibetanos tiveram no atraso, na pobreza, na aviltante miséria em que o Tibete sempre se viu mergulhado. E o Dalai Lama, como chefe da igreja budista, com influência crucial na tomada de decisões políticas do seu país no período que precedeu a chegada dos chineses, não pode ser desculpabilizado.
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