José Vieira é um missionário comboniano de 47 anos, que neste momento presta serviço em Juba, nas margens do Nilo Branco, a sul do Sudão, depois de já ter estado durante oito anos numa aldeia montanhosa da Etiópia em missão pastoral.
Porque o Darfur lhe está próximo e porque vive de perto esse drama humanitário, para nós tão nebuloso e distante - ontem foi um dia em que internacionalmente, um pouco por todo o lado, se procurou chamar a atenção para esta causa -, resolvi pegar num texto do seu blogue e publicá-lo aqui, para que nos possamos juntar ao coro de protesto por uma situação impensável e inaudita entre gente civilizada, e para que se possa dar um fim imediato à chacina de uma população indefesa, que sucumbe dia-a-dia quer através da força das armas, quer através da supressão dos alimentos mais básicos e elementares à vida humana. «O DRAMA HUMANO ESQUECIDO
Em apenas quatro anos, morreram no Darfur, vítimas da guerra, da fome ou da doença pelo menos 200 mil pessoas na sua larga maioria civis indefesos.
Calcula-se que pelo menos 2,3 milhões de pessoas tenham sido obrigadas a deixar as suas casas. Mais de 4 milhões dependem exclusivamente da ajuda humanitária.
Os ataques às populações sucedem-se em redor dos próprios campos de deslocados.
Os agentes da ajuda humanitária são também alvos frequentes das milícias, que procuram paralisar a sua actuação, agravando ainda mais a situação de extrema debilidade de milhões de pessoas refugiadas.
Entretanto o conflito ultrapassou as fronteiras do Sudão, com mais de 200 mil darfurianos a fugirem para o Chade e para a República Centro-Africana, aonde continuam a ser perseguidos pelas milícias Janjauid.
A SITUAÇÃO ACTUAL
A decisão da ONU do envio de uma força híbrida de paz em conjunção com a União Africana (UNAMID) para a região, do dia 31 de Julho, muito embora tardia, vem finalmente trazer alguma esperança a estas populações.
Por outro lado, a maioria dos grupos em armas contra Cartum reuniu-se em Arusha, Tanzânia, e decidiu retomar as negociações de paz com o Governo.
QUE FAZER?
A pressão da sociedade civil é agora fundamental para conseguir a pronta articulação internacional e a mobilização dos meios humanos e materiais necessários ao rápido estabelecimento do contingente que garanta a segurança na região.
Por outro lado, a comunidade internacional tem que manter o Governo de Cartum sob pressão para voltar à mesa das negociações e negociar uma solução política para o Darfur.
A Plataforma pelo Darfur está a recolher assinaturas para colocar a questão do Darfur na Agenda da Cimeira Europa-África que decorre em Lisboa a 8 e 9 de Dezembro.
Assina AQUI a petição.
Circula a campanha através dos teus contactos.
Unimo-nos por Timor-Leste. Agora é a vez de dar a mão à população martirizada do Darfur.»