Não gosto de café. Daí, não ter por hábito bebê-lo. É demasiado amargo para o meu gosto, é excitante demais para minha massa encefálica.
Não comungo pois do hábito nacional das trinta pausas diárias para bebericar uma mistela que, para além de corroer o estômago, ainda nos esvazia cada vez mais os bolsos. Os nossos e os dos pobres agricultores que o produzem, enchendo, em contrapartida, os daqueles que o intermedeiam.
Isso não quer dizer, contudo, que não me delicie com o seu inconfundível aroma, ou que não me despertem curiosidade as notícias que ele origina ou que à volta dele circulam. Como a que se segue:
Em Java, Sumatra e Sulawesi que, como se sabe, são ilhas que integram a Indonésia, existe um felino de pequenas dimensões – o luwak - que se alimenta das bagas do café. Com um aparelho digestivo incapaz de digerir os grãos de café, mas removendo-lhe algumas das suas combinações mais amargas, ele procede à sua excreção conjuntamente com as fezes.
Colhidos pelo homem por entre os dejectos do luwak, estes grãos são depois tratados, torrados e vendidos para os mercados internacionais, onde os apreciadores não se importam de pagar mais de mil dólares por quilo.
O Kopi (café) Luwak é o mais exótico, o mais raro (colhem-se menos de 230 quilos por ano) e o mais caro café do mundo que, segundo o cientista responsável pela sua divulgação, o italiano Massimo Marcone, é menos ácido e amargo que os cafés comuns e tem um sabor insubstituível, assemelhando-se a uma agradável e subtil mistura de chocolate com sumo de uvas.
É bem capaz de ser verdade…
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